quarta-feira, dezembro 24, 2008

Não leia até o fim...

Sentada na casa vazia entornava uma garrava,
vinho amargura
bebia aquele natal em grandes goles.
amava a um, mas era amada por outro.
sentia um pouco de angústia.

ventava um friozinho cortante, daqueles que anunciam a chuva depois de uma tarde quente, não via nada de especial naquela data, deveria ser especial pois era uma data em que a diéta era condenada... Disso ela gostava, vestia seu biquininho sem culpa, culpa que carregara o ano todo e agora era expurgada. Ah, data misericodiosa! Ma, não, algo ainda a deixava mal e não eram seus quilinhos a mais. Desse vez a culpa não provinha do peru. Estava só, não havia ceia.
Resolovera isso de uma hora pra outra nada de ceia, nada de barulho, gente, comida farta, presentes, toda aquela alegria de anos a deixava melancólica. entretanto e agora? Por que, por que a insipidez provocada a fazia mal... Não havia mais o gosto das festas, do gozo do riso... Isso a irritava.
Pensando bem, estava bem, sem crianças, gritaria, horas na fila do shoping, louça gigante... O alccol subia, agora se sentia reconfortada. Até que um barulho vindo da cozinha chamou sua atenção. Ficou sentada na poltrona até que seu vontade de pegar outra garrafa de vinho, para babá-la na blusa, aliada a sua curiosiade, venceram sua posição reconfortante.
Sentado à mesa em pele e peito encontrava - se um chester.Ora, paremos aqui por uns instantes para estabelecer algumas coisas. A partir daqui entraremos num acordo, natal já é uma época mística, misturado a álcool, mas o fato de ninguém ter visto um chester voar, mas jurar que come isso todo ano, em toda ceia, da legitimidade ao ocorrido;Qualquer reclamação procurar um geneticista.
Pois bem, aquela ave, se assim podemos nos referir a ele, abusava de sua última lata de cerveja, dizia ficar mais saboroso assim... Ao ver sua presença na cozinha desatou em prantos, me coma, dizia, me coma

-não
-Você não está me entendendo, me coma.
-Não vou comer você.
-Senta.
-tá
-tenho dois quilos de peito...
-daí
-só uma mordidinha
-não
-tô em crise
-eu também
-acho que sou um espírito de natal
-mentira.
-tá
se entre olhavam com cumplicidade.
-você não entende que eu prciso disso, minha existencia só tem sentido nessa data.
- e eu com isso
insencivel, me degluti, me dosossa, morde, rasga minha pele, me desmembra, mordisca, petisca, me faz a passarinho... mas não faça assim comigo.
-desculpe-me, mas essa data me deprime...

sentiu certa pena dela, apesar de despenado.

-aposto que se você me experimenta-se isso passaria.
-prefiro não, quero me libertar dessa data horrorosa.
-vamos assistir aos fogos?
-tá.

e como não tendo mais nada a fazer, e eu tendo que ir ceiar com minha familia, sairam e deixaram tudo sem nexo mmesmo
.

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